domingo, 28 de abril de 2013

carta

Rio de Janeiro, 1º de julho de 1.993.
                        Hermengarda minha frô

É com o coração trespassado de sardade que eu escrevo estas martraçadas linhas. Suncê nem imagina o que é vivê na cidade, no meio da fumacera e dos carros pegano a gente. Um corre corre dos diabo, ninguém para pruma prosinha, nem isquenta ninhum lugá.
Se Deus quisé Hermengarda, no natá eu vorto procê. Vamo subi na invernada, oiá o rio cantano, juntinho cos passarinho. Ai, que tristeza esta terra, onde nem tem curió.
Suncê deve tá bunita, vestidinha de chita estampada, as trança voano ao vento. Hermengarda, minha minina, to sofreno do coração. Não, num é duença de peito, é vontade de vê suncê e tamém a famia toda.
 Dê um beijo no pai e na mãe. Peça ao cumpadre Tonhão pra oiá minhas curtura.

                                De teu sincero amô,

                                            Mané Bento

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