sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Poema


Poesia ALFA - Belíssima

ALFA
Tenho pena,
Muita pena
Desses homens que governam
Um país de analfabetos.
Pobres homens letrados!
Ignorantes...
Não dessas letras
Que falam só pro papel,
Que, passivo, tudo aceita;
Que essas eles dominam.
Mas, ignorantes das letras
Escritas, com pó de estrelas,
No quadro-negro do céu;
Na escolinha "Do Infinito".
Porque, se lá estudassem,
Logo, logo, saberiam
Como é que se lê: servir;
Como é que se escreve: amar.
E, lá pro meio do caderno,
Por certo, já escreveriam:
(Embora em letra indecisa)
Dignidade,
Respeito
E, quem sabe,
Bem-comum.
E, ao final da cartilha,
Leriam, sem embaraço:
_ Vovó viu a uva
Matar a fome do povo.
E, como prêmio, teriam:
O Livro do Governante
(De capa bem colorida)
E o diplominha que habilita
A pedir votos ao povo.
E, ao se empossarem,
Com as vozes embargadas de
emoção,
(À guisa de juramento)
Leriam, para todos,
Do primeiro livro que ganharam
A primeira e única página:
- Governar é educar o povo;
E só há um modo de fazê-lo:
Honrando,
Respeitando e
Dignificando...
O PROFESSOR.
(Moacy 
José Sacramento)

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